Reproduzo aqui, enxugada, matéria do Jornal Acrítica do dia 08 de Maio
“Isso é
dinheiro jogado fora”. A declaração do militar Arlindo Moraes, 42, ao
olhar para a praia do Complexo de Lazer da Ponta Negra, Zona Oeste de
Manaus, que deverá ser permanente e está alagada, revela a indignação da
população. Dos 980 mil metros cúbicos de areia previstos para serem
usados na praia, 780 mil já foram utilizados. Mas o local está quase
100% inundado mesmo antes do rio Negro ter atingido o nível recorde de
29,77 metros, registrado em 2009.
O
detalhe é que a praia permanente foi projetada, segundo a a Secretaria
Municipal de Infraestrutura (Seminf), acima da cota de segurança para
edificações. Segundo a assessoria da Seminf, a praia, quando finalizada,
estará na marca de 30,77 metros acima do nível do rio, a fim de
garantir imunidade diante da cheia.
A praia artificial tem 800 metros de comprimento e faz parte da primeira etapa da revitalização da Ponta Negra.
A
primeira etapa da obra de revitalização da Ponta Negra custou R$ 29
milhões (no cálculo já estão incluídos os R$ 12 milhões da praia).
Conforme a Seminf, ela está prevista para ser entregue à população na
segunda quinzena de junho, caso a vazante do rio Negro permita a
finalização da última camada de areia do projeto.
A
CRÍTICA esteve no local durante o domingo e ontem, e viu que o banzeiro
do rio começa a levar a areia da praia. Apesar de estar parcialmente
alagada, tratores e operários da empresa responsável pela obra
trabalhavam no local, mas apenas na parte localizada atrás do
anfiteatro.
A
Seminf informou também que “ainda não existe praia permanente, uma vez
que, ela está em construção” e que a obra sofreu atraso por conta da
cheia.
Para
a assistente administrativo Luciana Andrade, 26, a praia existe e sua
alagação é reflexo de descaso. “Como vendem uma ideia que a praia vai
durar o ano todo? Ainda não foi inaugurada, mas todo o dia turistas vêm
aqui. É um vergonha mesmo. Mais uma obra para enganar o povo. E no ano
que vem se tiver outra cheia grande como vai ser?”, questionou.
A
Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), informou que trabalhou
com cálculos baseados na maior cheia e que não pode prever o que vai
acontecer e que, mesmo com a alagação, não será necessário reforma.
“O
máximo que poderá acontecer é a cheia ultrapassar a cota de 30,77m e
cobrir a praia, o que não é motivo para nova reforma”, disse a nota.
29,49
metros é a cota que o rio Negro atingiu, ontem, em Manaus, e está
apenas a 28 centímetros de atingir o nível da maior cheia registrada em
110 anos, quando o rio Negro atingiu 29,77 metros em 2009. Segundo o
Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o nível do rio Negro está 55
centímetros acima da cota de emergência de 28,94 metros
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