sábado, 8 de setembro de 2012

PM agrediu estudante e prendeu adolescentes, enquanto a coordenação do Dia do Basta abandonou os manifestantes

Ontem, 07 de Setembro, Dia da Independência do Brasil, aconteceu em Manaus o Dia do Basta, que trouxe às ruas de Manaus  uma passeata contra a corrupção, pedindo a verdadeira independência, a independência do povo contra os corruptos que governam o país.


Destrinxando a Marcha


A concentração começou por volta das 3 da tarde, mas por conta da proximidade com o "grito dos excluídos" que estava acontecendo ali próximo, organizado pela Arquidiocese da Igreja Católica de Manaus, algumas pessoas confundiram os 2 eventos,

A presença da Guarda Civil Metropolitana também atrasou um pouco a Marcha, que estava marcada para sair às 16:00 hrs, e acabou saindo quase às 17, já que a coordenação resolveu esperar a GCM partir, quando algumas pessoas já começavam a partir, talvez se não fosse isso eventos futuros poderiam ter sido evitados... 


Saindo do Parque, antes de entrar na Constantino Nery já encontramos o primeiro obstáculo: Uma barreira da PE ( Polícia do Exército) nos impedia de prosseguir, porém, quando apresentamos os documentos que nos autorizavam a fazer à marcha fomos liberados. Assim que passamos, ao lado de onde estávamos passou a comitiva de Omar Aziz, um grito ensurdecedor de mais 200 manifestantes invadiu as ruas, mas não esperávamos pelo que viria pela frente.

Dando nome aos verdadeiros corruptos


A ideia dos organizadores seria fazermos o trajeto subindo pela Constantino Nery até a Darcy Vargas e dali descermos pela Djalma Batista, porém, quando nos aproximávamos da Darcy Vargas fomos recebidos por uma comitiva de aproximadamente 20 policias da Polícia de Choque, que recebeu ordens expressas para não nos deixar prosseguir a qualquer custo.



Procuramos negociar, logo em seguida mais duas viaturas do "Ronda no Bairros" se juntaram ao cerco, e depois, mais 3 motocicletas, era uma força desonesta, manifestantes armados com cartazes e megafones contra policias com armas, cavalos e cacetetes. Ao ver que a Polícia estava determinada a não nos deixar prosseguir a coordenação do evento se acovardou, e propôs retornarmos por onde viemos. A coordenação nem sequer se propôs a descer do carro de som onde estavam, falaram que iam retornar, e quem ficasse estaria por conta própria. 


Esqueceu a "coordenação" do evento, que foram eles quem chamaram os manifestantes que lá estavam, que foram na marcha das vadias, que foram na UFAM e que foram nos movimentos grevistas... Simplesmente esqueceram suas responsabilidades, e abandonaram os demais manifestantes. A marcha se dividiu, metade não queria retornar, até porque tinham esse direito. A partir daqui publico um relato que traduz minha ira:

Por Aline Oliveira:

Agradeço à solidariedade de todos. Alerto que somos todos nós agredidos, eu voltei com o soco no seio ontem, mas só ontem que a agressão foi física. Normalmente a gente nem sente os murros, e vai apanhando aí, vai virando as costas, vai ficando com medo de dizer que NÃO, e aprende a dizer um BASTA, tão silencioso aprende a subir num trio–elétrico e se dizer apartidário e que lutam contra opressão. Aprende a dizer, mas só do alto, somente protegidos, somente assim é que vocês da Coordenação do Dia do Basta-AM 2012, aprenderam a dizer “BASTA”. Vocês incitaram a revolta, vocês disseram que não iam se dobrar, vocês disseram FORA CORRUPTOS. Mas vocês só disseram, e viraram as costas, nos deixaram em meio a merda de cavalo, cassetetes e armas. Ficamos lá por um bom tempo, depois um morador de rua chegou e disse que trouxera a paz, que era pra gente ir embora, que isso não era assim ele disse que vocês eram “um bando de covarde traidores” decidimos que isso era real. Decidimos não mais protestar, ao menos por aquele dia. Nós íamos embora, foi quando eu disse: "Vou embora, como uma cidadã civil, não vou mais protestar” E fui retrucada com um soco no seio, soco que me fez cair, mas cair nos braços dos guerreiros, guerreiros esses que se revoltaram, e ao mesmo tempo me seguraram para que eu não agredisse o policial. Dois desses guerreiros foram presos, tantos outros ficaram lá, tantos outros me ligaram, tantos outros estão aqui agora, lendo e compartilhando conosco a dor e o nojo por vocês! 
Isso não vai ficar assim, não falo só pela violência cometida comigo, mas também pela cometida á todos nós, todos os dias. 
  • Guerreiros? Somos fortes, somos diferentes, e vamos adiante! 
  • Coordenação do Dia do Basta? Partidários e covardes são vocês. Eu digo e repito: Covardes !! 
  • Sargento Alonso? A ordem de mandar os cavalos pra cima da gente, foi medíocre e imunda, o soco ainda dói, a prisão injusta foi INJUSTA. E a sua justificativa de dizer que nos estávamos tacando papel na cavalaria, quase me fez rir. Mas Foi só quase, quando eu ia rir disso percebi que era verdade, e a verdade dói tal qual ser militante nessa bosta de sistema.

Eu não acompanhei o ocorrido pois nesse momento fui tirar fotos do evento para publicar aqui, quando voltei, a confusão já tinha ocorrido.

O policial que agrediu a manifestante Aline Ribeiro Oliveira, quando acusado da agressão disse a ela: "Ah, que pena, chama a polícia!", traduzindo tudo o que aconteceu...

Me arrependi de ter saído do lado dos manifestantes durante aqueles pouco mais de 15 minutos, quando comuniquei aos coordenadores o ocorrido eles ficaram do lado dos policiais, faço questão de dizer quem eram: 

Aldeney Gandra
Rodrigo Barros 
Lucas Vidal

Fui sozinho até o 12º DIP, próximo ao Aeroclube acompanhar o registro do BO contra o policial agressor. Outros 2 manifestantes foram agredidos e presos por que segundo os policiais "jogaram papel" no cavalos, mas nada foi feito contra eles porque segundo a delegada responsável "não houve crime algum". Peço encarecidamente à todos os que tiraram foto dos policiais, que nos enviem fotos, para que possamos mandar esses criminosos de farda, que agrediram indevidamente os manifestantes para a cadeia.

3 comentários:

  1. Danilo lamento por tal situação pois ao meu ver com o ficou acordado nas reuniões, a manifestação é pacífica e concordo com vc com o ocorrido, mas eu também estava no carro de som e o meu professor Marcos é advogado e veio até minha pessoa e passei a ele e a um outro advogado os papéis no qual eu também achei q era autorizações, mas apenas não passava de papeis protocolados e ai não adiantava FORÇA a barra e como te disse lamento por tal ocorrido, mas percebi q tinha gente da coordenação q estava mais preocupado em ser visto do que mostrar o motivo da passeata e espero ter sua participação no próximo ano nós ajudando a melhorar pois o NASRUAS CONTRA CORRUPÇÃO quer sempre o melhor a todos os participantes e o certo seria ter união de todos e não a violência.

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  2. Eu fui às 16h como estava avisado, não vi ninguém a não ser as pessoas do Grito dos Excluídos, que era outra coisa, e fui embora, nem pensei que houvesse ocorrido.Ainda fiz uma postagem no Face lamentando por não ter ocorrido em Manaus a Marcha contra a Corrupção. Quanta desorganização hein !!!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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