quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Cidade Universitária: Governo contrata sem licitação empresa investigada na operação Sol Dourado

Já publiquei aqui recentemente minha opinião sobre este projeto ridículo chamado "Cidade Universitária" que está mais para "roubo pós-graduado", pois bem, como se não bastasse um projeto ridículo, que constrói prédios belíssimos em áreas nobres da cidade para depois dá-los a empresários, a empresa contratada para fazer estudos preliminares sobre o impacto ambiental no terreno é a mesma que já foi flagrada fazendo notas frias (desvio de dinheiro público) em contratos com a UEA. Reproduzo abaixo a matéria do Jornal Acrítica de hoje:

Operação Sol Dourado investigou as empresas Jobast e Muraki,
que continuam a prestar serviços para o governo.
O governo do Estado contratou, por mais de R$ 2,5 milhões, sem licitação, a Fundação de Apoio Institucional Muraki, para a elaboração do EIA/RIMA (estudo de impacto ambiental) para a instalação da Cidade Universitária em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus).

Conforme dados disponibilizados no site do Sistema Integrado de Controle e Gestão de Obras Públicas (Sicop), do governo do Amazonas, o contrato foi celebrado em 15 de março, a partir da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), com vigência de oito meses e, embora conste como um procedimento em andamento, não está entre as informações disponíveis a estimativa para a entrega do estudo. 
No mesmo site é possível acessar aos dados de outro contrato, celebrado no mesmo período e com vigência similar, para a elaboração do Plano Diretor Urbano e o Projeto Básico Avançado de Infraestrutura. A execução ficará por conta da Toledo Construtora e Projetos Ltda., a qual receberá R$ 9,4 milhões pelo trabalho. 
A Cidade Universitária será construída em uma área de 13 milhões de metros quadrados e terá o investimento inicial de R$ 300 milhões, beneficiando dois mil acadêmicos. O empreendimento ficará localizado às margens do rio Negro, no município de Iranduba, o qual integra a Região Metropolitana de Manaus (RMM). A previsão de entrega da obra é até junho de 2014.

A equipe de acrítica.com entrou em contato com um representante da Agecom, o qual informou que se pronunciará amanhã a respeito. A reportagem também tentou obter maiores informações sobre os valores e contratos, contudo, há dois dias o portal da Transparência do governo do Estado está fora do ar, impossibilitando pesquisas. 
Muraki e Jobast 
A empresa é investigada pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos a partir de contratos publicitários firmados entre a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e as empresas Jobast Produções Cinematográficas e Sistema de Comunicação Sol. 
Em março deste ano, a PF deflagrou a operação Sol Dourado, a partir da qual apreendeu 18 notas fiscais que podem ser “frias” na sede da Jobast, empresa que recebeu, só em 2011, R$ 11,4 milhões do estado em contratos celebrados com a Agência de Comunicação do Governo (Agecom). 
A ação foi realizada simultaneamente em Manaus e em Brasília (DF). À época, o delegado federal Domingos Sávio Pinzon Rodrigues informou que as notas podem ter sido usadas para “esquentar a contabilidade” da empresa Jobast Produções Cinematográficas, que tem como principal cliente o Governo do Estado do Amazonas. 
Ele explicou que várias notas fiscais referentes a serviços que deveriam ser prestados pela Jobast à UEA, com valor, em média, de R$ 500 mil, foram emitidas em nome da empresa Sistema de Comunicação Sol, a qual, segundo suspeita da PF, funciona só de fachada. 
O delegado também informou que a Jobast, por meio da Fundação Muraki, é detentora de contratos para a prestação de serviço especializado de tecnologia educacional direcionados aos projetos Proformar e Aprovar da UEA. Os dois contratos somam a quantia de R$ 15 milhões.


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