O Primeiro debate das eleições municipais de Manaus em 2012 aconteceu ontem, na TV Bandeirante/Rio Negro, e contou com a participação de 6 dos 9 candidato à prefeitura de Manaus.
O debate teve um nível muito baixo de propostas e muito alto de ataques, faltaram, por exemplo, assuntos como educação, turismo, logística, sustentabilidade, meio ambiente, que se reduziu a tratamento de esgoto, e ainda continuo achando que nenhum deles faz a mínima idéia de como resolver o problema de mobilidade urbana de Manaus. O debate serviu como termômetro para as eleições deste ano, que até então ainda não haviam ganhado espaço na cidade.
Começo do debate revelou candidatos nervosos.
Antes do início do debate, a Band apresentou um programa com o perfil e as principais propostas de todos os candidatos, um a um, Serafim Correa (PSB), Vanessa Grazziotin (PC do B), Arthur Neto (PSDB), Sabino Castelo Branco (PTB), Henrique Oliveira (PR) e Pauderney Avelino (DEM).
O debate teve ao todo 5 blocos, no primeiro bloco do debate os candidatos responderam a uma única pergunta igual para todos, e era sobre como os candidatos iriam trabalhar a cidade caso fossem eleitos, se iriam trabalhar prioridade ou atacar todas as áreas. Cada candidato teve 3 minutos para responder a pergunta.
No segundo e terceiro bloco os candidatos fizeram perguntas entre si. No quarto bloco os candidatos responderam perguntas de jornalistas convidados pela Band, e no quinto e último bloco os candidatos fizeram suas considerações finais.
A seguir, fiz uma análise da participação de cada um dos 6 candidatos:
Serafim Correa
Foi o melhor, procurou com mais vontade expor as suas propostas até por ser o candidato que tem o plano de governo mais completo, apesar de, assim como todos os outros candidatos, estar fora de "ritmo".
Serafim começou se intitulando o único candidato de oposição, e único prefeito a enfrentar o problema da água. No segundo bloco Serafim foi interrogado por Arthur sobre seu projeto para a área da saúde, e apresentou o programa "mãe manauara".
No final do segundo bloco e início do terceiro Serafim travou um confronto direto com Vanessa e se saiu bem quando o assunto foi água, foi duramente criticado mas soube aproveitar a fraqueza de Vanessa a seu favor.
Foi o candidato que mais citou o problema "educação" e teve um final razoável em um debate medíocre.
Arthur Neto
Iniciou o debate nervoso, mas soube usar sua experiência como senador para não se complicar, faltou propostas.
Arthur iniciou dizendo que é oposição aos problemas de Manaus, numa referência direta ao fato de ser apoiado por Amazonino Mendes, perdeu a oportunidade de expor propostas para falar de sua relação com Dilma e Omar Aziz.
Arthur começou o segundo bloco vencendo Serafim em um confronto direto onde o assunto era saúde, ele se propôs a oferecer tratamento público para mulheres com câncer do colo do útero, e aumentar o número de casas do médico da família para 325.
No resto do debate Arthur se propôs a melhorar a cidade mas sem propostas concretas, só voltou a aparecer no quarto bloco quando comentou a pergunta feita a Serafim Correa no assunto Educação, propondo 1 notebook para cada aluno da rede municipal do sexto ao nono ano e melhorias na rede. Teve um final melhor do que os outros.
Pauderney Avelino
Como engenheiro, foi muito bom na sua área, obras, mas demonstrou desconhecimento nas demais perguntas como saúde e água.
Pauderney começou o debate bem, com tranquilidade, expôs propostas para mobilidade urbana. No segundo bloco foi presa fácil de Arthur Neto quando o assunto foi saúde, não soube responder qual seria sua proposta para resolver os problemas de Manaus nessa área, e também foi muito ruim quando questionado por Vanessa sobre como faria para resolver o problema da água, se limitou a responder que romperia o contrato com a manaus ambiental.
No quarto bloco Pauderney foi muito bem ao propor a construção de ciclovias e calçadas, além de obras viárias que se aproximam bastante da solução dos problemas da capital.
Vanessa Grazziotin
Foi abaixo da expectativa, teve em todo o debate sua imagem fortemente vinculada ao governo do estado e sem fazer questão de esboçar qualquer independência, perdendo para Serafim e Arthur no confronto direto, passou a evitar os dois principais adversários.
Vanessa perdeu a paciência ao ser acusada por Serafim de ter escolhido o vice entre os secretários de Amazonino, e disse que o vice nada tinha a ver com o prefeito, e que haviam recursos do governo federal para construir 50 creches no primeiro ano de mandato.
Com uma aparência extremamente plastificada, aparentando 20 anos a menos, Vanessa se limitou a defender o governo do estado em boa parte do debate, dizendo que a prefeitura não dispõe de recursos para resolver os problemas da capital.
No fim do debate Vanessa se anulou, quase não apareceu, e quando apareceu falou de parcerias que fará com os governos federal e estadual.
Henrique Oliveira e Sabino Castelo Branco: Um debate a parte
Os dois candidatos passaram o debate todo falando para uma parcela limitada da sociedade, os mais pobres. Henrique Oliveira e Sabino Castelo Branco falaram como se estivessem apresentando seus respectivos programas sensacionalistas que normalmente apresentam.
Os dois passaram grande parte do debate fazendo perguntas entre si, e não influenciaram no resultado do debate, Sabino fez o papel de crítico em quase todo o tempo, principalmente contra Serafim Correa e acabou fortalecendo Vanessa Grazziotin, já Henrique se destacou pelo apelido de "cabeção" que ele mesmo se intitulou. Ambos se anularam, apresentaram poucas propostas e contribuíram para o nível medíocre do debate.
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