Na noite do dia 23 de Outubro aconteceu o segundo debate do segundo turno das eleições de Manaus entre os candidatos Arthur Neto, do PSDB, e Vanessa Grazziotin, do PCdoB. O debate foi bem morno mas com alguns momentos de tensão entre os dois candidatos, poucas propostas e muitas críticas.
Primeiro Bloco começou morno
No primeiro bloco do debate Arthur e Vanessa responderam perguntas feitas pela mediadora do debate. Vanessa respondeu a primeira pergunta que foi sobre moradia, criticou a prefeitura e falou que vai buscar ajuda do governo federal, aliás, foram várias as citações de Vanessa sobre o governo federal em todo o debate. Arthur replicou na mesma linha, e na tréplica Vanessa parabenizou Manaus pelo aniversário de 433 anos, na verdade Manaus faz 343 anos.
Na segunda pergunta Arthur respondeu sobre água, e ambos apresentaram propostas parecidas. Na terceira pergunta Vanessa respondeu sobre Finanças, e criticou a proposta de Arthur de reduzir a quantidade de servidores, disse que vai aumentar os gastos e manter os RDA's, enquanto Arthur disse que manterá os RDA's e diminuirá os gastos da prefeitura. Na última pergunta do bloco Arthur respondeu sobre mototaxistas, criticou os irregulares e disse que sentará para definir uma licitação e um número de permissionários, enquanto Vanessa disse que aumentará o número de mototaxistas para 6 mil e ampliará a zona de atuação dos permissionários para toda Manaus.
Segundo e terceiro Blocos com gafes de ambos os candidatos
Vanessa iniciou perguntando a Arthur o que faria para resolver o problema do transporte coletivo em Manaus e Arthur responde dizendo que fará pequenas intervenções no trânsito como semáforos inteligentes. Vanessa por sua vez se imitou a dizer que tiraria o controle do transporte coletivo das mãos do SINETRAM.
Em seguida Arthur perguntou a candidata sobre as prioridades de trabalhos nos primeiros 100 dias de governo. Ela disse que daria para resolver o problema da água, transporte coletivo, revitalização do centro, limpeza pública, locação para camelôs. “A senhora está muito otimista! Eu vou resolver a distribuição da água em quatro anos. Tenho preocupação com promessas exageradas, temos que ter propostas realistas por isto eu vou priorizar o lixo, a buraqueira das ruas, fazer as caneletas exclusivas para os ônibus e fiscalizar os serviços de saúde, educação, a cidade vai sentir a presença da prefeitura”, rebateu Artur.
A descentralização da Prefeitura foi outra pergunta da candidata adversária que disse nunca ter ouvido qualquer proposta de Artur. “Eu falei antes de qualquer um das unidades gestoras com orçamento próprio que significa a descentralização. As unidades estarão em cada zona da cidade resolvendo pequenos problemas de reparo de escolas, postos de saúde, entre outros gerando mais agilidade. Os cargos comissionados são exagerados por conta do aparelhamento político haverá realocação de funcionários e contratação de técnicos”, explicou Artur.
Artur questionou sobre o Plano Diretor de Manaus a candidata que afirmou que este tinha muitas falhas. Ele defendeu a posição de consultar a população envolvendo trabalhadores, empresários, a sociedade geral para elaboração de propostas reais sem dar ênfase às velhas assembleias que, segundo ele, vira “um samba de uma nota só”. A consulta via internet seria mais ágil e prático aproximando o governo da população. “Os projetos de prédios de 36 andares que só interessam a especuladores e outros afins não vão ter vez”, avisou Artur. Em seguida Vanessa defendeu a criação de novos bairros.
Em seguida Vanessa repetiu uma pergunta feita a Arthur no primeiro debate do segundo turno. A candidata questionou Arthur sobre 5 obras feitas para Manaus quando este era ministro de FHC. Arthur citou várias obras, mas obras feitas enquanto senador e não como ministro, na réplica Vanessa disse que Arthur e FHC prejudicaram o Amazonas, e Arthur rebateu defendendo FHC e o plano real e criticando PT e PCdoB na era FHC.
Arthur perguntou para Vanessa quais seriam suas atitudes para resolver a crise do lixo, e depois que Vanessa fez mais uma pergunta ligada aos governos de FHC e Lula, ressucitando questões como o gasoduto Coari-Manaus, Artur definiu: “Vamos falar de Manaus. Sobre Manaus. A pergunta que a população vai responder é ‘você quer ela ou eu para dirigir a cidade?”.
Vanessa perguntou para Arthur sobre suas propostas para segurança e citou o Programa Nacional de Segurança Pública, que Arthur respondeu dizendo que aderirá integralmente. Em seguida Arthur disse que recuperará traficantes (?), ao mesmo tempo em que tentou esclarecer a sua declaração em que afirmou que "derrotará a Assembleia de Deus". Segundo Arthur, ele quiz dizer que derrotará Vanessa dentro da igreja, e chamou os líderes da igreja de "caciques".
Vanessa aproveitou a falha de Arthur e expôs suas propostas para a segurança e criticou Arthur, na tréplica Arthur se defendeu criticando o gasoduto Coari-Manaus, e não falou de proposta alguma para a segurança pública.
No terceiro bloco Arthur elogiou Vanessa várias vezes, por sua vez Vanessa chamou Arthur de "prefeito". Arthur perguntou sobre propostas de Vanessa para o Meio Ambiente, e Vanessa trocou a sua resposta por críticas a Arthur, disse que tem aliança com o governo federal e estadual, mas não disse que tem aliança com o povo. Na tréplica Arthur se defendeu e também não propôs nada.
Na última pergunta do bloco Vanessa perguntou a Arthur sobre creches. Arthur aproveitou para responder a pergunta anterior, e propôs a "escola da mulher", enquanto Vanessa se limitou a defender o governo federal e criticar a prefeitura.
Quarto Bloco revelou que candidatos não estão preparados
No quarto bloco os candidatos responderam perguntas de jornalistas da Tv Acrítica
Arthur respondeu a primeira pergunta que foi sobre o salário dos professores e dos médicos, quando seria aumento, e em quanto, já que o candidato disse que reduziria os gastos da prefeitura. Arthur não respondeu com clareza, disse que vai sentar com as categorias para definir um salário que atenda as necessidades, disse também, que não sabe em quanto vai aumentar e quando porque não conhece a situação das contas da prefeitura e só vai saber quando chegar lá, se chegar lá.
Vanessa foi questionada sobre sua parceria com o PT, e a relação deste com o mensalão. Vanessa tergiversou, em uma só frase disse que não tem nada a ver com o mensalão e passou o resto do tempo elogiando Lula e Dilma. Vanessa ignorou o julgamento do mensalão, ignorou que o PT seja um partido que teve mais de 20 indiciados no esquema, ignorou que o seu partido permaneça fiel escudeiro do PT, simplesmente disse que não tem nada a ver.
Arthur foi questionado sobre os constantes ataque do PSDB paulista à Zona Franca de Manaus. Arthur se defendeu dizendo que rompeu com o PSDB paulista, criticou Alckimin e disse que quando foi líder do PSDB no senado sempre defendeu a Zona Franca.
Por fim Vanessa foi questionada por ter sido da base de Arthur quando este era prefeito. Vanessa disse que se posicionou contra o "massacres dos camelôs" e contra demissões promovidas por Arthur e que inclusive foi agredida por policiais.
Nota dos candidatos
Arthur Neto - 5,0
Eu já havia advertido bem antes do início do debate sobre a possibilidade de derrota de Arthur. Arthur cometeu as mesmas falhas do último debate, lento, não conhecendo com profundidade as próprias propostas, o candidato não respondeu a pergunta de Vanessa sobre suas realizações como ministro e se confundiu na hora de responder sobre suas propostas a respeito de segurança pública. Arthur tentou explicar a crítica contra a igreja Assembleia de Deus, mas pela defesa que fez seria melhor que não tivesse falado nada. Arthur propôs pouco e com pouca profundidade, no pouco que se defendeu de Vanessa foi bem, tentou manter o debate nos trilhos mas falhou.
Vanessa Grazziotin - 5,0
Também repetiu os mesmos erros do debate anterior, perdeu boa parte do segundo e terceiro bloco criticando Arthur e por isso deixou passar a chance de aprofundar suas propostas. Vanessa propôs mais que Arthur mas também sem profundidade, errou a quantidade de servidores que a prefeitura possui, e também a idade de Manaus, além de chamar Arthur de "prefeito", numa clara demonstração de que não suporta a pressão de um debate. A candidata citou em grande parte das suas respostas o governo federal, o que fez com que parecesse que não tinha propostas próprias. Por fim ignorou o mensalão e defendeu o PT, Lula e Dilma, atestando o seu compromisso com o PT e o descompromisso com a justiça.
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